TRANSFORMAÇÃO NO SALÃO GÊ BELEZA – CABELO WILL RUFINO E MAQUIAGEM RIZZA
janeiro 21, 20126ª Sessão: Vereadores aprovam quatro projetos de Lei.
março 28, 2012
Funcionários trabalham em três turnos, preparando cerca de 20 mil refeições que são a merenda das escolas de Indaiatuba; grevistas denunciam más condições de trabalho
Texto: Simone Santos
Cerca de 30 cozinheiras da empresa Nutriplus entraram em greve nesta terça-feira (27). O motivo não são os baixos salários, mas as condições de trabalho. Segundo o comando da greve, uma cozinheira da empresa ganha pouco mais de R$ 500,00, quer aumento salarial, mas briga por muito mais que isso.
“Nossa luta é por um maquinário decente, carrinhos para puxarmos os recipientes que transportam a comida, mais higiene nas cozinhas e controle na data de validade dos alimentos e, principalmente, aumento no número de funcionários, pois trabalhamos no limite”, relata uma funcionária que trabalha na Nutriplus há 4 anos, mas prefere não se identificar.
Segundo ela, as reivindicações foram passadas para o setor de RH da Nutriplus. “Falamos com o Rigoletto (sic) e Antônio Carlos (sic), mas eles nos disseram que éramos nós quem seríamos prejudicados e que não era para agirmos assim”, relata.
Ledo engano. A Nutriplus de Indaiatuba fornece 20 mil refeições por dia; só de arroz, prepara cerca de 400kg nos três turnos de trabalho e todo esse alimento vai para as escolas municipais e estaduais do município, configurando, não raro, a única refeição diária que uma criança recebe. Ou seja: as crianças são as principais prejudicadas com a greve.
“Fomos informados de que, em algumas escolas, as crianças receberam apenas bolacha e leite, o que não é alimentação adequada para nenhuma criança”, informa Jaciara Lages Dutra, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Indaiatuba (SSPMI), que apoia o trabalho dos Sindicato dos Metalúrgicos de Indaiatuba, um dos principais articuladores da greve da Nutriplus em Indaiatuba.
Nesse primeiro dia da greve, as crianças das creches foram poupadas e receberam alimentação. Segundo alguns funcionários, a empresa chegou a levar alimentos para as escolas de Indaiatuba, preparados em Salto, mas da cozinha de Indaiatuba, nenhum tipo de comida foi preparada.
Elas também denunciam falta de higiene na cozinha da empresa, com a presença de ratos, achocolatados vencidos, desperdício de alimentos e, consequentemente, dinheiro público jogado fora, uma vez que o principal cliente da Nutriplus é o Governo, para quem a empresa fornece todas as merendas escolares.
Segundo o comando da greve são 27 cozinheiras paradas e sete motoristas e profissionais destacados para outras funções, totalizando 34 pessoas em greve. Os grevistas pedem plano de cargos e salários, participação nos lucros da empresa e retirada do banco de horas, já que ninguém consegue cumprir as folgas acumuladas.
Se nessa terça-feira as crianças ainda tiveram o que comer, nesta quarta-feira podem ir se preparando: bolacha e leite podem voltar a ser o cardápio do dia. Que seja sem rato e dentro do prazo de validade.
Prefeitura de Indaiatuba
Leia abaixo e na íntegra, o comunicado da Prefeitura de Indaiatuba sobre a greve da Nutriplus,
empresa que fornece merenda escolar para o Município.
“Cozinheiros contratados pela Nutriplus (empresa responsável pelo fornecimento de merenda para as escolas municipais e estaduais) e que atuam na Central de Alimentação de Indaiatuba, promoveram nos períodos da noite de segunda-feira (26) e madrugada de terça-feira (27) uma paralisação. A Administração Municipal não foi comunicada antecipadamente da atitude dos funcionários e dos motivos que levaram à suspensão das atividades.
A Prefeitura está rigorosamente em dia com o pagamento do contrato e cobra a empresa para regularizar urgentemente a situação. No município não há falta de merenda ou suspensão de aulas. A Nutriplus continua a enviar a alimentação para as Escolas de Período Integral e nas demais unidades, a merenda foi, emergencialmente, substituída por biscoitos, bolachas e achocolatado. Nas creches, onde os funcionários atuam nas unidades, não houve paralisação.
Questionada pela Prefeitura, a Nutriplus informou que não foi informada antecipadamente das reivindicações dos cozinheiros e que eles cobram aumento salarial. Contudo, a data-base deles acontece em maio. A paralisação está sendo liderada pelo Sindicato dos Metalúrgicos e não pela entidade da categoria. A empresa informou que está em contato com o sindicato do setor competente para iniciar negociações e antecipar a data-base.
A Secretaria Municipal da Educação está à disposição para dirimir qualquer dúvida, bem como para apresentar as condições físicas da Central de Alimentação. Ainda segundo a empresa, somente metade dos 40 cozinheiros teriam aderido à paralisação”.