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abril 18, 2012“Ela estava bem. Já tinha tratado a pneumonia e receberia alta ontem”. Essas foram algumas das palavras de Ari Alves dos Santos, 58, que perdeu a filha Ana Lúcia Couto dos Santos, 29, por um suposto erro de uma enfermeira do Hospital Augusto Oliveira Camargo, em Indaiatuba, cidade no interior de São Paulo a 110 km da capital.
Ana Lúcia estava internada há oito dias para tratar de uma pneumonia. A família acusa uma enfermeira de ter injetado suplemento alimentar na sonda destinada aos remédios. Com isso, o suplemento teria caído direto na veia da paciente, provocando sua morte. Segundo Santos, no sábado à tarde, o médico já havia comunicado a alta de Ana Lúcia para domingo de manhã.
“Ela já tinha tomado sete dias de antibiótico, não estava mais nem tomando medicamento. O médico falou para gente que só não daria alta no sábado porque queria ter certeza de que a febre não voltaria. Mas no sábado à noite aconteceu esse erro fatal e eu perdi minha filha”, conta Santos.
Ana Lúcia sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em 2010. Por causa disso, usava cadeira de rodas, tinha dificuldade para falar e havia um mês que se alimentava por sonda. “Nós cuidávamos muito da Ana Lúcia. Por causa do AVC, estávamos sempre atentos. Os médicos do centro de reabilitação que cuidavam dela já tinham dito que ela iria se recuperar, que ia voltar a andar em breve. Espero que nenhum outro pai passe pelo que estou passando desde sábado”.
Ari chegou ao hospital no momento em que a filha estava pedindo socorro, ele ainda tentou chamar os médicos às pressas, mas não adiantou, eles não conseguiram reanimar a jovem. A mãe de Ana Lúcia acompanhou tudo e está transtornada. “Minha mulher está transtornada, ela viu tudo, mas nunca imaginou que a enfermeira fosse cometer uma fatalidade dessas. Até a médica que tentou socorrer minha filha chorou”.
A família registrou boletim de ocorrência no 1° Distrito Policial (DP) da cidade, que vai investigar o caso. Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira (16), a diretoria do hospital lamentou profundamente a morte de Ana Lúcia e informou que foi determinada a abertura de uma sindicância administrativa para apurar as responsabilidades da equipe de enfermagem e auxiliares.
Segundo o comunicado, a sindicância começaria a ouvir os envolvidos no caso ainda hoje. Entre eles, além da enfermeira responsável, estariam os auxiliares e também os familiares que acompanharam a paciente no quarto no dia da morte.
A sindicância só encerrará seus trabalhos após o laudo do Serviço de Verificação de Óbito. O sepultamento de Ana Lúcia foi realizado ontem, às 16h30, no Cemitério Jardim Memorial. Ela era divorciada e deixou um filho de quatro anos, que agora está com os avós.
Fabiana Marchezi
Do UOL, em Campinas
A reportagem do UOL conversou com a enfermeira Vanuce das Dores de Carvalho, do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, em Campinas, e ela explicou que o que pode ter ocorrido é a funcionária do hospital ter confundido os equipos, que em alguns hospitais são da mesma cor.
Uma hipótese é de que a funcionária possa ter injetado o suplemento alimentar no equipo que faz a conexão entre a medicação e o acesso periférico, que vai direto na veia do paciente. O correto seria injetar o suplemento no equipo de conexão entre o alimento e a sonda, que levaria o líquido direto ao estômago da mulher.