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maio 13, 2020Autorizar o relaxamento agora seria colocar em risco milhares de vidas, o sistema de saúde e, por óbvio, a recuperação econômica’, disse João Doria nesta sexta (8). Medida, que teve início em 24 de março, mantém regras de funcionamento apenas de serviços essenciais.
O governador João Doria (PSDB) prorrogou a quarentena em todo o estado de São Paulo até o dia 31 de maio. O anúncio foi feito no início da tarde desta sexta-feira (8) em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul da capital paulista.
“Teremos que prorrogar a quarentena até o dia 31 de maio. Queremos, sim, em breve juntos poder anunciar a retomada gradual da economia como, aliás, está previsto no Plano São Paulo. A experiência de outros países, e nós temos utilizado essas experiências aqui, mostra claramente o colapso da saúde e, quando isso acontece, paralisa tudo”, disse Doria.
Doria defendeu que a flexibilização da quarentena, neste momento, prejudicaria o sistema de saúde e a recuperação econômica.
“Na região metropolitana um aumento de 760% em apenas 30 dias. Em um mês, 760%. Estamos todos atravessando o pior momento desta pandemia. Só não reconhece, vê, percebe, aqueles que estão cegos pelo ódio ou pela ambição pessoal. Autorizar o relaxamento agora seria colocar em risco milhares de vidas, o sistema de saúde e, por óbvio, a recuperação econômica“, afirmou.
Com a decisão, permanecem autorizados a funcionar apenas serviços essenciais. A ampliação do isolamento se deve ao aumento do número de casos e mortes em razão do coronavírus.
Atualmente, o estado tem 3.206 mortes pela doença e a taxa de isolamento social se manteve em 47% na quarta-feira (6), considerada abaixo do ideal para diminuir a velocidade de contágio.
“O medo é o pior conselheiro da economia, prejudica o consumo, afugenta investimentos e ataca os empregos. A quarentena, felizmente, está salvando vidas em São Paulo e em outros estados brasileiros. Pessoas que poderia ter adoecido e falecido estão em vida e agradecendo por estarem vivendo e convivendo com seus familiares e desfrutando ainda a vida”, defendeu o jovernador nesta tarde.
O governo buscava entre 50% e 60% para iniciar a flexibilização da quarentena, mas as autoridades de saúde apontam que a taxa ideal seria de 70%. O estado nunca chegou ao valor ideal, sendo as maiores taxas de 59% sendo registradas apenas em domingos.
Nas últimas 24 horas, dez novas cidades do estado registraram casos de coronavírus. A propagação cresce quatro vezes mais rapidamente nas cidades do interior e do litoral do que na Grande São Paulo, segundo dados do governo.
A administração estadual acredita que até o final de maio todas as 645 cidades do estado terão casos confirmados da doença.
Na quarta (6), Doria decretou luto oficial em todo o estado de São Paulo após o número de mortes ultrapassar três mil.
Desde o início da pandemia, o estado de São Paulo se mantém no epicentro da doença no país. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o distanciamento ainda é a medida mais eficaz para evitar a propagação da Covid-19.
Em 22 de abril, Doria chegou a anunciar a reabertura gradual da economia no estado a partir de 11 de maio e afirmou que os detalhes só seriam divulgados no dia 8 de maio.
A decisão de manter a quarentena foi balizada pelo Centro de Contingência da Covid-19, que é liderado pelo infectologista David Uip.
De acordo com balanço divulgado nesta quinta (7), as Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) do estado de São Paulo operam com taxa de ocupação de 66,9%.
Na Grande São Paulo, a lotação é ainda maior: 89,6% dos leitos deste tipo estão ocupados na região metropolitana, segundo dados oficiais divulgados nesta quinta. Na quarta-feira (6), a ocupação era de 86,7%.
Em coletivas mais recentes, o governador disse que não iria flexibilizar se as cidades que não atingissem o índice mínimo de 50% (o ideal é 70%), outro dado utilizado para analisar que cidades poderiam ter condições de reabrir o comércio e outras atividades econômicas não essenciais. Na quarta-feira (6), a taxa de isolamento social no estado e na capital estavam em 47%.
E poucos cidades conseguiram manter uma média acima do índice mínimo exigido. São Sebastião e Ubatuba, no litoral, estariam nesse grupo.
A um dia do anúncio previsto nesta sexta sobre quais cidades poderiam flexibilizar a quarentena no estado, o governo paulista classificou o risco de contágio pelo coronavírus como grave e preocupante nas regiões da Grande São Paulo, Campinas, no interior, e Baixada Santista, no litoral.
A medida de flexibilização do isolamento social devido ao coronavírus deve ser feita em etapas, com autorizações específicas para cada região do estado, de acordo com o avanço da doença.
“Todas as regiões tiveram situações crescentes. Algumas regiões têm situações mais graves, como a Baixada Santista, Campinas, Região metropolitana de São Paulo. Há uma preocupação muito grande com esses números”, diz o secretário Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, na quinta-feira ao G1.
A região metropolitana de São Paulo tem 39 cidades, a Baixada Santista, 9, e a região de Campinas, 24.
Os “números” a que o titular da pasta do Desenvolvimento se referiu são dados estatísticos que poderiam indicar se os municípios dessas três regiões têm condições de relaxar o isolamento social e, dessa maneira, poder reabrir gradualmente o comércio local e outras atividades econômicas.
Ao todo, o estado possui 15 regiões metropolitanas. Cada região tem um número diferente de municípios em torno de uma cidade maior.
Covas no cemitério Vila Nova Caichoeirinha, em São Paulo. Novas valas estão sendo abertas devido ao aumento de mortes por coronavírus. — Foto: Rogério Galasse/Estadão Conteúdo
De acordo com o secretário de Desenvolvimento, São Paulo, Campinas e Santos “são regiões que a gente registra um risco importante” em razão do aumento nos números de mortes e casos devido à doença.
“A região metropolitana de São Paulotem tido um crescimento grande”, justifica Vinholi.
“A região de Campinas também é uma região [que preocupa]. Pela proximidade com São Paulo, pela aceleração, por todos os dados é uma região que tem um impacto importante também”, comenta o secretário.
“Posso registrar a preocupação grande com a Baixada Santista, além de ter tido um crescimento de 272% [no número de casos da doença] do período de março e queda na taxa de isolamento social, tem uma população acima de 60 anos maior que a média estadual”, fala Vinholi. “Grupo de risco é maior e é uma região preocupante.”
O plano de flexibilização foi chamado de “Plano São Paulo”. O plano começaria a funcionar a partir de segunda-feira (11).
Além de classificar os municípios e regiões por zonas de cores (Vermelha, Amarela e Verde), o governo estadual vai analisar o desempenho deles por meio de índices como, por exemplo, o da taxa de isolamento social acima de 50% (ela é medida pelo deslocamento dos celulares da população).
Desde 24 de março o estado está em quarentena, com decretos que estabeleceram regras rígidas, como a permissão somente para os serviços essenciais (saúde, transporte, alimentação etc) funcionarem. Atividades não essenciais (lazer, turismo e entretenimento entre outros) estão proibidas de abrir.
Classificações por cores vão agrupar cidades e regiões de acordo com as zonas acima em São Paulo — Foto: Reprodução/Divulgação/Governo de São Paulo
Os critérios de classificação das zonas no “Plano São Paulo” serão os seguintes:
- Zona Vermelha: elevado número de casos de coronavírus ou alta ocupação de leitos hospitalares por pacientes internados com a doença;
- Zona Amarela: número estável de casos de Covid-19 e ocupação adequada de leitos com doentes;
- Zona Verde: baixo número de casos da doença, pouca utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além de testagem e protocolos para o vírus implementados.
“A cada nível de risco tem um nível de flexibilização adequado para ele. Então teoricamente na Zona Verde há uma maior flexibilização, na Amarela um pouco menor, e na Vermelha sem flexibilização”, explicou o secretário de Desenvolvimento.
Mapa das 15 regiões de São Paulo em relação ao coronavírus em 30 de abril — Foto: Reprodução/Divulgação/Governo de São Paulo
Além de São Paulo, Campinas e Baixada Santista, outras regiões do estado também merecem atenção do governo, segundo Vinholi.
“O que apresentou para nós a semana inteira são dados impactantes em todo interior do estado também”, afirma o secretário sobre o aumento dos óbitos e de doentes. “Com essa aceleração nós identificamos um momento de alerta para todo estado”.
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento, mais de 370 cidades do estado têm casos de coronavírus e aproximadamente 170 delas registraram mortes pela doença.
“A cada três dias nós temos 38 novos municípios sendo afetados. Chegando no fim do mês com todos os municípios afetados com casos”, projeta Vinholi
fonte G1